Período de seca expõe os riscos do lixão a céu aberto na tríplice fronteira de Brasil, Colômbia e Peru

  • 09/08/2025
Um problema que afeta o meio ambiente e a saúde pública está se espalhando na fronteira Brasil-Peru Um problema que afeta o meio ambiente e a saúde pública está se espalhando na fronteira Brasil-Peru. Numa região onde predominam água e floresta, um lixão a céu aberto chama a atenção: é o lugar de descarte da cidade de Islândia, departamento de Loreto, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. O vilarejo é conhecido como a Veneza peruana porque, assim como a cidade italiana, fica tomado por água boa parte do ano. Agora, no período de vazante dos rios, a terra firme aparece e deixa ainda mais evidente tudo que é jogado fora: de restos de comida até o que poderia ser reciclado, como plásticos. O problema se agrava durante o período da cheia. Há pouco mais de dois meses, a maior parte dos resíduos sólidos estava submersa. Frascos de soro indicavam possível descarte irregular de lixo hospitalar. "Há uma degradação desses compostos orgânicos que formam o chorume, que é um líquido altamente contaminante, cheio de metais", diz Alcinei Pereira Lopes, pesquisadora da UFAM. Alcinei Lopes lidera um grupo de pesquisas da Universidade Federal do Amazonas que monitora os rios na região e já identificou contaminação nas águas. "Nós encontramos principalmente um pH baixo e um oxigênio dissolvido baixo, assim como encontramos coliformes totais e termotolerantes em todos os pontos que a gente analisou. É um problema não só ambiental. É um risco à saúde pública", afirma Alcinei. A preocupação dos brasileiros que vivem na região com relação ao lixão da cidade peruana de Islândia, é porque ele está muito perto do rio Javarizinho, que marca a fronteira entre os países e deságua nos rios Javari e Solimões. A corrente segue em direção ao Brasil, banhando o município amazonense de Benjamin Constant. Marluce e a mãe moram no Ramal Diana, em Benjamin Constant — a comunidade mais próxima ao lixão por via fluvial. Elas utilizam o rio nas atividades domésticas. "Eu tomo banho nessa água, eu lavo vasilha, lavo roupa, só não faço comida, mas o resto tudo é aí", conta Marluce Rodrigues, dona de casa. Defensores públicos do Estado e a Prefeitura percorreram diferentes comunidades para ouvir sobre os possíveis impactos. "Estamos nessa demanda para que, de uma maneira diplomática, a gente consiga resolver um problema que afeta a comunidade há décadas", alerta Gladson da Silva, secretário de Meio Ambiente de Benjamin Constant. "Em novembro, o ciclo começa novamente. E se a gente não fizer nada, não tiver nenhum tipo de alternativa ou apoio, a problemática só aumenta. E nós temos que buscar alternativas para melhorar essa situação". Em nota, o Ministério do Meio Ambiente informou que o governo peruano pediu prazo para apresentar um estudo detalhado, com possíveis soluções, cooperação fronteiriça e medidas conjuntas com o Brasil. O Ministério das Relações Exteriores dará continuidade às negociações diplomáticas para resolver o problema. O Ministério do Meio Ambiente disse também que quer captar recursos para um aterro sanitário regional em Benjamin Constant, para atender as cidades no Alto Solimões.

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/08/09/periodo-de-seca-expoe-os-riscos-do-lixao-a-ceu-aberto-na-triplice-fronteira-de-brasil-colombia-e-peru.ghtml


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